Fibrilação Atrial (FA) é a arritmia sustentada mais comum na população. Você pode sentir seu coração batendo rápido, forte, de forma irregular, gerando muito incômodo. Esses sintomas podem fazer você ter dificuldade para dormir, se limitar quanto à prática de exercício físico ou dificuldades no trabalho. Ou você pode não sentir nada e ainda assim estar correndo riscos.
Neste texto você vai aprender sobre o que é Fibrilação Atrial, sua importância, sintomas, exames que podem ser feitos e o tratamento correto.
O QUE É FIBRILAÇÃO ATRIAL?
Na Fibrilação Atrial, os sinais elétricos que controlam os seus batimentos cardíacos são anormais. Dentro dos seus átrios (as 2 câmaras superiores do coração) existe uma completa desorganização elétrica gerando sinais elétricos a uma frequência de cerca 400 batimentos por minuto. E uma parte desses sinais elétricos são transmitidos até os seus ventrículos resultando em taquicardia.
A Fibrilação Atrial pode ser paroxística, ou seja, períodos em que o coração está em arritmia e em outros períodos o coração não está com arritmia. Ou a Fibrilação Atrial pode ser persistente em que a arritmia está constante a todo o momento.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA FIBRILAÇÃO ATRIAL?
Com essa frequência atrial muito alta, os seus átrios não conseguem se contrair adequadamente, ficam apenas tremendo. Isso propicia o acúmulo de sangue dentro dos átrios, formação de coágulos e eventualmente migração desses coágulos para qualquer parte do seu corpo. O maior temor é de migração para o cérebro e causar em você Acidente Vascular Cerebral (AVC) que pode deixar sequelas graves e irreversíveis.
Estatísticas revelam que 60% das pessoas que tiveram AVC decorrente de Fibrilação Atrial não sabiam que tinham Fibrilação Atrial.
Fibrilação Atrial com frequentes episódios de taquicardia pode levar também a quadro de Insuficiência Cardíaca.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA FIBRILAÇÃO ATRIAL?
Algumas pessoas com FA não apresentam sintomas. Quando ocorrem, você pode sentir como se seu coração estivesse acelerado, pulando ou batendo fora de sincronia, irregular. Você também pode sentir aperto ou dor leve no peito, tontura ou dificuldade para respirar durante atividade física.
QUAIS SÃO OS EXAMES PARA FIBRILAÇÃO ATRIAL?
Primeiramente, devemos fazer uma história clínica detalhada, interrogando você sobre vários aspectos da sua vida, bem como a sua história familiar e os seus hábitos de vida.
Depois de um exame físico completo e minucioso, exames complementares auxiliam o diagnóstico.
Para o diagnóstico de Fibrilação Atrial é necessário a documentação da arritmia em um exame de Eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações ou no mínimo 30 segundos de registro da arritmia em qualquer dispositivo que registra os batimentos cardíacos e o eletrocardiograma como Holter e os atuais relógios inteligentes Smartwatches.
Além disso, frequentemente é necessário a realização de outros exames de acordo com cada caso individualmente como exames laboratoriais, ecocardiograma, cintilografia miocárdica, etc.
COMO É O TRATAMENTO DA FIBRILAÇÃO ATRIAL?
No tratamento da FA é importante levar em consideração a sua idade, seus sintomas e com que frequência eles ocorrem, seus outros problemas de saúde (se você tiver algum), há quanto tempo você tem fibrilação atrial e vários outros fatores. Ou seja, o melhor tratamento depende de cada caso, é individualizado.
O tratamento correto visa aliviar os seus sintomas que tanto incomodam, fazendo você ter uma melhor qualidade de vida, melhores noites de sono, mais produtividade e bem-estar físico e mental.
Além disso, o tratamento visa também reduzir os riscos intrínsecos de acordo com o caso.
O tratamento da FA é dividido em 3 pilares.
O primeiro pilar é a proteção contra AVC e outros eventos embólicos. Caso você seja do grupo de risco alto para AVC, é necessário o tratamento com remédios anticoagulantes (ex. rivaroxabana, dabigatrana, etc.) por tempo indefinido para a sua proteção. Alguns pacientes de risco menor podem ficar sem esses remédios. Só a avaliação médica que determina o risco individual. Cada medicamento é diferente em termos de dose, frequência com que toma e como outros medicamentos podem interagir. O principal risco dos anticoagulantes é um sangramento. Isso porque, embora esses medicamentos ajudem a prevenir coágulos sanguíneos perigosos, eles também tornam mais difícil para o seu corpo parar de sangrar. Portanto, se você toma anticoagulante é importante se proteger contra ferimentos e manter o acompanhamento médico adequado.
O segundo pilar é controle dos seus sintomas e evitar que você fique tendo taquicardias. Existem diversas estratégias médicas para isso: medicamentos para controlar a frequência cardíaca (ex. atenolol, metoprolol, carvedilol, etc.), medicamentos antiarrítmicos (ex. propafenona, amiodarona, etc.), cardioversão elétrica e ablação por cateter. Cada estratégias tem as suas particularidades que devem ser individualizadas e mais de uma estratégia pode ser necessária em um mesmo paciente.
O terceiro pilar e de muita importância é o tratamento dos fatores de risco e comorbidades que estão atrelados à FA como obesidade, apneia do sono, hipertensão, diabetes, sedentarismo, etc. Fundamental a adoção de medidas de estilo de vida saudável como: alimentação saudável, exercícios físicos regulares, manutenção de peso adequado, abstenção do cigarro, evitar abuso de bebidas alcoólicas, gerenciamento do estresse.